terça-feira, 12 de março de 2013

A voz do céu


Sempre tive o prazer do ouvir e mais precisamente do escutar. Nas minhas incansáveis conversas com o Marcão, dizia a ele um pouco do meu hobby: conhecer pessoas! O encontro com o outro não é fácil. Nós temos uma dificuldade clara: dispor-se a alguém. E é exatamente nesta aventura, guiada e gerada por Deus, que me prontifico a escutar.
A dinâmica de ontem nos traz bem essa realidade. Foi muito mais difícil que em um encontro casual. Explico o porquê: primeiro por não sabermos a pergunta de antemão. O bom disso é o desarmamento do ser, sem perguntas e respostas pré-planejadas. O ruim poderia ser a vulnerabilidade das nossas respostas, já que as perguntas eram ministradas com maestria pelo Vinição. Segundo porque – a escolha entre a gentileza de deixar o outro falar primeiro, ou a coragem de lançar-se logo à pessoa – poderia ser uma fria. A terceira dificuldade (sem dúvida para mim a mais difícil) é essa habilidade de olhar, pensar, falar, ouvir e escutar, em um curto espaço de tempo.
E o resultado disso tudo? Um mar de vozes se embaralhavam naquele salão paroquialParecia até a voz do céu. Alegria, partilhas, sorrisos, um pouquinho de vergonha e pronto: éramos nós abrindo o nosso próprio livro. Muitos tiveram a oportunidade até mesmo de se perguntarem aquilo que nunca se perguntaram, é também um processo de autoconhecimento.
Talvez inicialmente, há uma dificuldade em saber a diferença entre o que é ouvir e o que é escutar. Sem me prestar a conceitos, deixo para o futuro este processo tão bonito de aprendizado, e um dia, quem sabe não voltarei para dizer o que eu andei escutando!? Pelo menos já sabemos o nome de cada um, tomara né? Nathália,MathausMateus... rsrsrs ... Natália novamente. Natália...rsrs ... Falta muito ainda. A caminhada é longa. Ainda vamos saber escrever o nome certo, com ´h`, sem ´h`, com dois erres, ou sem, enfim... Somos nós crescendo na fé, um com o outro, o outro comigo. E se eu pudesse ver o céu agora (será que não o vejo?), e se Deus (PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO) dissesse algumas palavras, e eu pudesse escutá-lo (será que já não o escuto?), ele me diria algo parecido com o evangelho de ontem: - “´Filho, tu está sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’” (Lc 15, 31-32).




Guilherme Rabêlo - Catequista 

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